Semana passada foi dia dos namorados, e é nesse dia em que os encalhados desesperados, os encalhados indiferentes e os casais "União", dignos de causar diabetes em qualquer um, aparecem nas suas redes sociais. Não só nas redes sociais, fazem questão de olhar para você no colégio e soltar aquela ilustre frase (que eu perdi a conta de quantas vezes ouvi na semana passada) "não passo o dia da árvore com uma árvore, não passo o dia de finados com um defunto, não preciso de namorado(a) no dia dos namorados" Sim, e você não precisa querer aparecer por isso.
Aonde eu quero chegar com a critica ao dia dos namorados? Ao fato de que as redes sociais, a tecnologia, esses meios de comunicação simples e rápidos fizeram com que as pessoas digitalizassem o sofrimento. A começar por aquela velha choradeira de menina "preciso de um namorado", passando por "ele terminou comigo" e chegando a níveis extremos como "vou me matar hoje". As pessoas sofrem, é natural, mas digitalizar seu sofrimento dá a impressão de que se esta buscando seus 5 minutos de fama. Ou, o que ocorre a maioria das vezes, que a intenção é de que o responsável pelo sofrimento causado veja. Afinal de contas, do que vale ficar chateado com alguém se a pessoa não sabe? Sou a favor de mandar uma nova descrição para o Facebook ao nosso amigo Mark Zuckerberg "O Facebook é uma rede social que reúne pessoas a seus amigos e àqueles para quais querem mandar indiretas mas não o fazem ao vivo".
Eu entro no Facebook e tudo o que vejo são mudanças de status sobre depressão, frases de Clarice Lispector ou Caio Fernando Abreu, posts de "Boa noite Face ;*"...(será que o dito cujo já pensou em dar boa noite aos pais ao invés de fazer isso com 200 pessoas com as quais ele nem fala?). As pessoas confundem liberdade de expressão com informação em massa, opinião com hipocrisia (na verdade, todo mundo é hipócrita), tristeza com depressão, (depressão ta tão comum ultimamente). Certas coisas tem que ser distinguidas.
Atualmente todo mundo corre atrás de um pouquinho de atenção, com as redes sociais ficou fácil. Mas ao que me parece, a grande maioria dos carentes de atenção são crianças ainda. Me corrija se eu estiver errada, você provavelmente tem algum amigo mais novo no Facebook, algo do tipo...12 anos. E esse amigo posta coisas sobre como a vida é difícil, como relacionamentos são complicados, sobre como ele desistiu de correr atras... Caro leitor, respire, conte até 10, largue a arma...A CRIATURA TEM 12 ANOS!!! Com 12 anos eu jogava futebol, brincava de boneca, a vida era difícil quando eu perdia o Yoshi no Mario World, meu relacionamento complicado era com a internet banda larga e eu desistia de correr atras do meu cachorro.
Mas pelo fato de serem crianças, é provável que daqui a alguns anos eles lembrem disso e fiquem com vergonha de si mesmos. O pior são as pessoas mais velhas que não enxergam o quanto a foto sem camisa na frente do espelho (no caso dos meninos), as frases de superação e depressão, as indiretas que são quase chineladas e as fotos com poses e biquinhos (no caso das meninas -que postam com o intuito de ter comentários do tipo "tá linds miga ;D"-) serem motivo de risos para aqueles mais discretos.
O fato é, a dor é de cada um, o sofrimento é de cada um, mas se você quer ser levado a sério tenha um pouco de bom senso e saiba como sofrer. Seus amigos não precisam da internet para saberem que algo esta errado, no geral um telefonema basta. Ninguém precisa gritar pro mundo que não tem um namorado, que terminou ontem ou que a vida não presta, você só precisa das janelas de conversa certas, das pessoas certas. Pode ser um casal "União", um encalhado indiferente ou um encalhado desesperado, faça um favor para todos aqueles que usam o Facebook, a ideia é colocar seu rosto lá, não a cabeça inteira...
-Carol Canelas



15:17
Anônimo
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